sábado, 6 de fevereiro de 2016

Fiocruz detecta vírus do zika ativo na urina e na saliva de pacientes




A Fundação Oswaldo Cruz divulgou neste dia 05/02/2016 o resultado de um estudo inédito sobre a zika, que traz ainda mais preocupação. A pesquisa revelou que o vírus tem potencial de contágio por meio da saliva e da urina.

Foi do laboratório da Fiocruz, no Rio, que saiu a descoberta. Já se sabia que o zika vírus poderia estar presente na saliva e na urina, mas é a primeira vez que cientistas detectam o vírus ativo - com potencial de infecção.
A equipe chefiada pela doutora Myrna Bonaldo analisou amostras de urina e saliva de duas pessoas que estavam com sintomas de zika e que apresentavam manchas no corpo.
Os pesquisadores colocaram as amostras dos pacientes infectados em contato com células usadas em estudos virais.
Imagens mostram as células antes e depois. Em contato com o vírus, elas foram destruídas ou danificadas. É a prova de que que o vírus estava ativo.
Para não restar dúvidas, os cientistas também fizeram testes que comprovaram a presença de material genético do vírus. Mas ainda não dá pra afirmar que o zika pode ser transmitida pela saliva ou urina.
“Nós temos que ter muito cuidado porque o fato de você detectar partículas viáveis não necessariamente estão indicando que elas vão ter um papel importante na transmissão. Isso tem que ser profundamente investigado”, diz a pesquisadora da Fiocruz Myrna Bonaldo.
Mesmo sem ter comprovação de que o vírus é transmitido pela saliva ou pela urina, os pesquisadores da Fiocruz recomendam que as mulheres grávidas redobrem os cuidados, por causa da provável relação entre o zika vírus e a microcefalia. A orientação é que as gestantes mudem alguns hábitos.
“Se tem alguém próximo com sintoma de zika, evitar contato. Evitar aglomerações aonde a proximidade possa ter a contaminação pela saliva. Se houver uma pessoa que esteja também com suspeita, evitar o compartilhamento de copos e talheres”, afirma o presidente da fiocruz, Paulo Gadelha.
E os cuidados incluem evitar beijar pessoas com sintomas da doença. Esta semana a Unicamp confirmou o segundo caso de transmissão de zika por transfusão de sangue no hemocentro da universidade.
O Ministério da Saúde disse que está avaliando como o vírus afeta as pessoas que recebem transfusão.

A principal forma de transmissão é pela picada do Aedes aegypti. Por isso, não se pode dar trégua no combate aos criadouros do mosquito.

Enquanto isso, nos laboratórios os pesquisadores buscam mais respostas para as dúvidas que o zika vírus vem espalhando pelo mundo.

“Esse início é muito difícil porque tudo é novo. Mas está se criando conhecimento e massa crítica para atacar o problema”, afirma Myrna Bonaldo.
 

edição: G1

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